Saturday, September 5, 2009

Um céu de estrelas é um céu limpo,
É um céu que guardo para mim.
Imagem de verão quente, na varanda,
Agosto, por cima de mim.

Deitada, fito o céu mais uma vez.
É escuro, e a brisa do mar fria.
Conto os pontos, é consolo,
Dá conta de mim, dá conta da ira.

Estrias do meu pensamento,
não me deixam pensar.
É feio o que se adivinha
e tão longe daqui, tão longe deste mar.

Perto estão os que me amam,
os que me querem bem.
Lá longe são silêncios pesados,
Pequenas espadas e, no fundo, ninguém.

Por isso está decidido.
Levo o céu comigo, as estrelas - pontos luminosos - e o mar.
Talham-me o caminho para baixo,
Lisboa, estou a chegar!