Thursday, March 15, 2007


A lua vai beijando a parte esquerda do meu rosto, enquanto rabiscando o caderno velho da vida, a memória que não falha, tráz até mim o teu rosto. Perco-me por segundos na imensidão da noite pálida, clara. Na brisa de novidade que trazes no corpo. Sei, quero e peço que me envolva, que me abafe, que me percorra, que me ensine... Mas é essa mesma lua e essa mesma noite de que te falei que não me dá a certeza para te procurar, insistir e, finalmente, te encontrar.
Vejo-te nos dias mais frios dos meus meses, vejo-te quando sinto que o coração quente perdeu a cor. Ao longe, sinto-te a sede de viver que jamais desprezas... Cheiras-me a Anos, a sabedoria, a cultura, a mar. Sinto-te o olhar verde no corpo magro, sim, no teu, no meu, somos ambos magros... E quero. Quero, simplesmente. E, no entanto, não te conheço. Sim, talvez, pouco... És o barco velho que o Oriente me prometeu.
Esta é a loucura das minhas Primaveras, mas a que preciso de cometer para procurar mais, querer mais, exigir mais e, isto tudo porque, a Lua um dia me chamou Intensa.

Estás aqui, estás perto.

Vamos?
Bom, tenho de confessar que me é difícil começar. Mas seria rude da minha parte não vos dar as boas vindas a este espaço, à minha casa, ao pedaço de terra que delimitei.

Terei muito gosto em partilhar com vocês os cheiros, ondas verdes, asas e firmamentos. As danças e flores...

As Viagens de Luz.